Como falar com o funcionário que vive no cafezinho? Como abordar a situação da maneira mais confortável possível, sem constrangimento?
O que fazer quando a prática se estende a mais de um colaborador? Realmente, são muitas questões para um momento tão gostoso e especial que já faz parte do nosso ambiente de trabalho.
Mas não é de hoje que o horário de cafezinho causa algumas polêmicas dentro das empresas, geralmente geradas pela falta de bom senso de algumas pessoas ou também pela rigidez extrema de algumas culturas organizacionais.
Seja como for, decidimos criar este artigo para trazermos um pouco de luz a essa discussão. Veja algumas dicas de como tratar a questão nos tópicos logo a seguir:
O que veremos neste artigo
O momento sagrado de tomar um cafezinho
Todo escritório ou repartição de trabalho que se preze tem um cantinho para tomar um cafezinho, não é mesmo? Além da clássica garrafa térmica ou cafeteira para preparo do café, o espaço pode ter também uma garrafa de chá (para aqueles que não tomam café), biscoitinhos, água e cadeiras para sentar um pouco enquanto aprecia a bebida quentinha.
O chamado ‘momento do cafezinho’ também é um breve intervalo onde colegas ou colaboradores de diferentes setores podem socializar, conversando sobre assuntos que sejam relativos ao trabalho ou não.
Por isso, é bastante comum que no momento em que algum colega anuncia ‘Vou preparar um café, alguém quer?’ seja uma ocasião aguardada por muitos como um aviso de que está liberada uma pausa do trabalho.
Mas o que ocorre quando esse momento se excede e começar a prejudicar o trabalho de todos? Como conversar com o funcionário que vive no cafezinho?
Por que as pessoas gostam de tomar café?
Muitas pessoas têm o hábito de tomar café durante o trabalho porque a bebida contém cafeína, que é um estimulante que aumenta o estado de alerta e reduz a sensação de fadiga.
Há pessoas que tomam café em vários momentos do dia, como um hábito recorrente, enquanto outras preferem tomá-lo em horários específicos do dia. Então, é natural fazer algumas breves pausas e intervalos para tomar café.
Horários mais frequentes do cafezinho
Os horários em que as pessoas mais costumam fazer pausas para o cafezinho são no meio da manhã ou no horário da tarde, quando a fadiga e desconcentração pós almoço são mais recorrentes. No entanto, é preciso ter atenção quando o momento se estende além da conta.
Todo momento é oportuno para um cafezinho?
Os gestores ou líderes devem estar atentos à dinâmica e rotina de cada repartição de trabalho, para observar como os colaboradores se comportam mediante as suas tarefas diárias.
Saber que tipo de trabalho ou tarefa cada colaborador está executando no momento é um primeiro passo para conseguir avaliar de forma plena se ele está fazendo pausas excessivas ou não.
Isso porque existem tarefas que requerem uma dose considerável de atenção e concentração, de modo que a saída para tomar um café pode romper o ciclo e gerar dispersão.
O mesmo vale para momentos de treinamentos ou reuniões, sejam com a própria equipe, time de gestores e agentes externos, como clientes em potencial ou representantes de vendas.
Será que é só vontade de relaxar um pouco da execução da tarefa ou existe algo a mais?
Observar um colaborador que sai diversas vezes da sua mesa ou tarefas de trabalho para tomar café ou ir para um outro ambiente (seja apenas para tomar o café, de fato, ou para ficar conversando com outros funcionários) pode ser um sinal de alerta.
Nem sempre as pessoas querem fazer pausas por dispersão ou vontade de socializar. Pode ocorrer de a necessidade de fazer intervalos constantes ser uma demonstração de falta de motivação ou desinteresse na execução do trabalho.
Em alguns casos mais preocupantes, as idas constantes ao cafezinho podem ser uma demonstração de displicência e indiferença perante as tarefas que precisam ser feitas.
Aos poucos, o colaborador vai se transformando em um tipo de “funcionário enganação”, que se escora nos colegas para a realização de tarefas ou realiza o mínimo de coisas possíveis, de modo a não escancarar totalmente sua falta de interesse.
Como lidar com esse tipo de situação?
O primeiro passo é ter uma observação sólida de que os intervalos que o funcionário faz são mais frequentes do que os de outros colaboradores.
Vale até mesmo ter uma checagem atenciosa, que possa registrar isso para comparar (especialmente se o apontamento for contestado).
Após a confirmação da frequência excessiva às pausas do cafezinho, cabe ao líder de equipe ou aos gestores chamar o funcionário para ter uma conversa.
Como falar com o funcionário que vive no cafezinho?
É preciso uma certa dose de cuidado ao abordar o tema porque se a empresa mantém um espaço do café e dá essa liberdade aos colaboradores, não há nada de errado em realizar pausas para relaxar um pouco antes de retomar as tarefas.
Contudo, a administração desse tipo de concessão requer bom senso de todas as partes, de modo que nem a empresa seja muito rígida (no sentido de querer controlar em que horário os funcionários devem tomar café) nem os funcionários relaxem além da conta.
Por isso mesmo que é fundamental que a abordagem seja precedida de uma observação recorrente da prática. Assim, o diálogo deve começar com o informe dessa constatação, sobre a frequência excessiva.
Tenha uma conversa tranquila e serena
Esse diálogo não precisa ter uma conotação de erro grave ou se tornar uma situação maior do que é de fato. Portanto, o líder deve manter um tom ameno e sereno durante toda a condução da conversa.
Até mesmo porque às vezes o próprio funcionário não se deu conta de que está indo muitas vezes para o cafezinho ou pode não se sentir à vontade para relatar sua desmotivação.
A desmotivação laboral é um tema delicado, que requer muita habilidade para ser tratado. Não é incomum que a falta de motivação no trabalho seja uma consequência de problemas pessoais sérios que o colaborador enfrenta ou abalos de saúde mental.
Observe após a conversa se o funcionário mudou o comportamento
Após o diálogo, é necessário observar uma mudança de atitude. Caso ela aconteça, fica claro que o funcionário apenas estava distraído e disperso demais e está se controlando para não fazer pausas excessivas.
No entanto, se o comportamento persistir, pode haver necessidade de uma conversa mais franca e com um nível de cobrança maior.
Lembre ao colaborador que ele já foi chamado atenção por isso e que se ele estiver insatisfeito com alguma questão relativa ao trabalho, deve se abrir sobre isso e não ter uma atitude displicente com suas tarefas.
Como solucionar a questão de forma coletiva?
Uma saída para evitar a prática recorrente de ir ao cafezinho é instituir horários de pausa individuais, com base na produtividade de cada colaborador.
Assim, além dos intervalos de equipe, cada um pode desfrutar de mais ou menos pausas, conforme a sua execução de tarefas.
Uma boa maneira de introduzir um parâmetro de produtividade com pausas é o método pomodoro, que consiste em cumprir um período de atenção focada com breves momentos de intervalo.
Os períodos de atenção podem ser de 25 minutos para 5 minutos de pausa ou 45 minutos de concentração para 5 ou 10 minutos de pausa. Veja se é possível implementar o sistema em sua equipe.
De qualquer forma, se for inevitável, não deixe de encontrar uma maneira de como falar com o funcionário que vive no cafezinho. A iniciativa pode conter problemas futuros e impedir que a prática se torne mais popular perante outros colaboradores!